domingo, 23 de março de 2008

Tsuru - um clássico

No Japão o Tsuru é uma ave mitológica que acredita-se viver mil anos, simboliza a longevidade, a paz e a boa sorte. Reza a lenda que aquele que dobrar mil tsurus enquanto mentaliza um desejo, terá tal desejo realizado.
A lenda do Tsuru conta que um caponês muito pobre, mal tendo como se sustentar, encontra uma garça ferida e a ajuda a se recuperar. Alguns dias depois uma moça muito bonita bate a sua porta pedindo abrigo. Mesmo sendo muito pobre, e mal tendo o que comer para uma pessoa apenas, como era muito bondoso, o camponês abriga a garota, também por considerar uma grande honra hospedar alguém de tamanha beleza. Os dois se apaixonam e se casam. A esposa se oferece para produzir um tecido especial para que ele podesse vender na cidade, porém tal serviço teria que ser feito em segredo, e nem mesmo o marido poderia vê-la enquanto teava.
Um tecido belíssimo ficou pronto e foi chamado de "mil penas de tsuru". Quando levado a cidade, os comerciantes impressionados brigaram para obter o tecido, o que rendeu ao homem um bom dinheiro.
Sua esposa continuou tecendo, o que lhes proporcionou uma vida mais confortável, porém a esposa ficava cada vez mais fraca e abatida. Até que chegou um dia em que não conseguindo mais tear comunicou ao marido que pararia a produção do tecido. O camponês amava muito sua esposa, e via o quanto ela estava exausta pelo trabalho, porém havia também conhecido a cobiça e insistiu para que ela continuasse tencendo. Por amar muito o marido, mesmo já sem forças, ela voltou ao tear.
Por estar muito fraca, o trabalho não saia na velocidade costumeira, e por causa da demora o camponês começou a se preocupar com o que havia acontecido com sua esposa já que ela não saia da cabana de tear, então quebrou a promessa e espiou dentro da cabana aonde sua esposa teava e segredo. Ao invés da sua bela esposa, o camponês viu uma garça, muito parecida com aquela que havia salvo.

No dia seguinte, a esposa lhe entregou o último tecido, e disse que agora que ele conhecia sua verdadeira identidade, ela teria que deixa-lo. Assim ela se transformou novamente em garça, deixando para traz um arrependido camponês.

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